Um dia após a divulgação do projeto que pretende cobrar uma taxa por pessoa para a visitação do Cristo Redentor, no Rio, a novidade já está causando polêmica nos principais acessos ao santuário. A maior parte dos turistas acha a medida abusiva. “Não tem cabimento cobrar por uma coisa que é um patrimônio público”, reclama a paulista Rosângela Silva, de 26 anos. “Arrumaram um jeitinho de tirar mais um pouco de dinheiro do turista”, completa o mineiro, de 22 anos, Juliano Pitzer. De acordo com o projeto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), será cobrada uma taxa de R$ 13 de quem não subir pelo bondinho, onde o ingresso custa R$ 36. A cobrança inclui visitantes a pé e faz com que integrantes de um mesmo carro paguem individualmente, além dos R$ 2 de estacionamento, nas Paineiras. O preço incluiria transporte do estacionamento até o Cristo.
Hoje há quem pague R$ 25 por pessoa
Guardador de carros no estacionamento das Paineiras há 17 anos, Luís acha exagero cobrar até de quem sobe o Corcovado a pé. Admite que viu, nos últimos anos, as vans invadirem o local. “Estão querendo monopolizar a situação e cercear nosso direito de ir e vir. Está tudo errado”, diz ele. Depois de ver taxistas cobrando até R$ 25 por pessoa para fazer o passeio, a bióloga Andréa Furtado, de Belém, acha justa a decisão de tarifar o acesso. “Acho que poderia ser mais barato. O suficiente para a manutenção e limpeza do lugar”, pondera ela. Segundo o Ibama, a mudança é para investir em um sistema eletrônico, que evite fraudes. Em maio, 22 pessoas foram presas acusadas de desviar cerca de R$ 10 milhões do pedágio do Corcovado.
Ibama quer ainda linha integração com metrô
Segundo o superintendente regional do instituto, Roberto Rocco, a cobrança de ingresso no Cristo existe há 22 anos e foi suspensa depois da descoberta das fraudes. “O que há de mudança é a operação do serviço”, explica ele. “Não tem sentido um santuário ter cobrança de pedágio. Seria a mesma coisa do que cobrar ingresso para as pessoas entrarem em uma igreja”, criticou o secretário municipal de Turismo Rubem Medina. Em entrevista à rádio CBN, os dois admitiram que tanto a prefeitura quanto o Ibama devem conversar para encontrar uma solução comum. Uma opção seria uma linha de ônibus fazendo a integração entre a estátua e a estação do metrô do Largo do Machado, com um preço em torno de R$ 12.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
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